¡Vémonos o próximo mércores!
Vítor Vaqueiro (Vigo, 1948) é licenciado em Química e Doutor em Ciências da Comunicação pola USC- Nesa facultade foi profesor de fotografía, cunha tese que explora a atividade, na imprensa, da linhagem dos Pacheco entre os anos 1909 e 1936.
A sua atividade fotográfica inicia-se nos anos oitenta. Foi um dos fundadores do Centro de Estudos Fotográficos, entidade que abandonou com posterioridade. Ccomissariou as primeiras edições da Fotobienal de Vigo, ao tempo que iniciava um processo de docência e pesquisa sobre diversos aspectos da fotografia. Fruto deste trabalho são os livros Pacheco. A memoria dun tempo e dun país (Barcelona, 2002) e Facedores de imaxes (Vigo, 2022). Em colaboração, publicou Marcas de luz (Vigo, 2009), Galicia, um século de creación (Santiago de Compostela, 2017) obra coletiva sobre a arte galega, Mentindo com mestria (Vigo, 2023), sobre a obra fotomontaxística de Augusto Pacheco e Memoria e azougue (Vigo, 2024), panorâmica sobre o trabalho fotográfico de três gerações da família Llanos. Artigos seus sobre aspectos teóricos ou históricos da fotografia aparecêrom em revistas como Grial, A trabe de ouro, Murguia ou Interesarte e no âmbito da lusofonia, nomeadamente no Anuário Internacional de Comunicação Lusófona, ao tempo que redigiu biografias dos principais fotógrafos históricos galegos para o Álbum do Galicia do Conselho da Cultura Galega. Como autor publicou os volumes Galicia (Vigo, 1990) e Rituais (Compostela, 2000). Além disso, dirigiu o Arquivo Pacheco, foi um dos inspiradores do malogrado Centro Galego de Fotografía, e agiu como conferencista em numerosas palestras, jornadas ou congressos.
Para além da sua atividade fotográfica, tem publicados sete livros de poesia, quatro de relato curto e duas novelas, obras de temática etnográfica, como Mitoloxía da Galiza, ou de ensaio como Da identidade á norma (Santiago de Compostela, 2017). Co seu poemário Camiño de Antioquía (Ferrol, 1982) ganhou o Premio Esquío de Poesía e com A fraga prateada (Vigo, 1983) o Premio de la Crítica espanhola, bem como o Irmandade do Livro com a antedita Mitoloxia de Galiza.
Vítor Vaqueiro na conferência A FOTOGRAFÍA EN E DE SANTIAGO passa revista á atuação de profissionais da fotografia que visitaram a capital galega no agitado, e dinâmico, período abrangido por dous golpes de estado: o de Primo de Rivera e o de Francisco Franco. Um período que, na Europa, testemunha a presença de múltiplas atitudes perante o feito de fotografar, as quais grosso modo, podem se resumir em duas, por costume nomeadas estratégias realistas e não realistas. No primeiro setor incluem-se os campos nomeados de reportagem e de documental. No segundo, uma mão-cheia de pontos de vista onde salientam o surrealismo ou o dadá e que, em paralelo aos acontecimentos artísticos alicerçados na Revolução de Outubro, geraram formas fotográficas profundamente originais, que vão desde a fotografia fabricada até a fotomontagem. Hannah Höch, Man Ray, Aleksander Rodchenko ou John Heartfield constituem mostras sublinháveis das tendências citadas. Dado o atraso cultural dominante na Península Ibérica, as sinaladas estratégias não realistas não tivérom presença na pell de brau, se excetuar os casos de Catalunha e Euskal Herria. Na Galiza —fotograficamente periférica como o resto do Estado, agás as duas exceções sinaladas— abrolhárom, porém, meritórios projetos de natureza documental, que pesquisárom a monumentalidade, a paisagem, os tipos populares e o ser galego.
Com o objeto de analisar o jeito que em Compostela se manifestárom as tendências sinaladas, apresenta-se a obra de quatro significadas personagens do mundo fotográfico que visitárom ou viviam na Galiza no tempo considerado: a norte-americana Ruth Matilda Anderson, o português Pacheco, o abulense Luis Casado, Ksado —ambos os dous residentes no país— e o francês Jules Gervais-Courtellemont. A trabalharem em preto e branco os três primeiros e em cor o último, as suas fotografias constituem uma mostra de interesse inegável dos processos fotográficos que atingem á fotografia de perfil etnográfico, ás representações de caráter identitário e monumental, ao tempo republicano com a briga em prol do estatuto de autonomia, e ao registro em cor de imagens onde lateja a pegada do exotismo e o pictorialismo.