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coloquio-presentación de 1968 de vítor vaqueiro

11/19/2018

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      O poemario  '1968' de Vítor Vaqueiro é unha crónica do que provocou o maio francés na universidade de Santiago de Compostela. Máis de cincuenta poemas e textos, secuenciados como un diario, ofrécennos un retrato da Galiza da época e máis concretamente da rebeldía do ambiente universitario compostelán fronte á represión franquista e policial do momento.

"A data crucial de 1968 exerce uma força de dobre direção, centrífuga e centrípeta, em expansão cara a outros motivos temáticos de transcendente alcanço universal de finais da década dos sessenta e começos dos setenta: a guerra do Vietnã, a matança de estudantes na praza de Tlatelolco, a primavera de Praga, os assassinatos de Martin Luther King e Ernesto Che Guevara, a revolta estudantil de Paris, a execução do policia torturador Melitón Manzanas, a atividade revolucionária do grupo alemão Baader Meinhof, feitos paralelos ou próximos no tempo à data emblemática e ao acontecer de nós, concorrem em dramática e fantástica convocatória.
Vítor Vaqueiro consolida o rumo da sua nova andaina com 1968, cimo da sua escrita poética e um dos mais atrativos e relevantes livros de poesia editados no que levamos andado do século XXI. O equilíbrio entre os registros épicos e líricos, a alternância de verso e prosa, a construção alegórica, o humor irônico, o recurso a procedimentos de glosa e digressão, o desenho de âmbitos de perfil expressionista e crítico, são as marcas de estilo e cosmovisão que singularizam este livro".

(Do Prólogo, Luta e memória, de Xosé María Álvarez Cáccamo)
2 de janeiro
Há uma lua ruim gestando-se no útero
de furacões e lôstregos
e terremotos, jura
Creedence Clearwater Revival magoado.
Nos arrozais do norte o som de Dien Bien Phu
multiplica o seu centro nos eixos da amargura
que inflamam o lameiro de napalm e fadiga;
o tio Hô parte, enquanto falece,
e a música agatinha
na praça da Quintana. O epicentro da lua
gera sons que aconselham não saírem dos lares
esta noite os amantes
embora seja o tempo das estações do amor
e o Monte da Condessa
o cerne do Universo
e as origens do mundo. O tio Hô combate
nos arrozais do norte ou nas cadeias,
entre dragões que erguem
o vôo, configurando a feição do Simurgh
que, uma vez após outra,
transcreve a sua imagem fractal e iterativa.
(...)
Há uma lua ruim nos arrozais do norte
e, entre os carvalhos de Santa Susana,
o gado perambula, ensimesmado,
e a face de Guevara, imaterial, vadia
nos andeis e nas poças, no vocábulo
amotinado, no cartaz austero,
embora seja a época
das estações do amor, da agrimensura
e da caligrafia, e o Monte da Condessa
o cerne do Universo e as origens do mundo,
como o lenço afirmara em proposta soberba,
e os amantes saírem, assombrados,
neste tempo das estações do amor.

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